5 tendências para o mercado de food service em 2022

5 tendências para o mercado de food service em 2022
Foto: Lefteris kallergis/Unsplash

O mercado de food service, ou de serviços alimentícios, passou por várias transformações nos últimos anos, principalmente por causa da pandemia. Mudanças na forma de vender, comprar e operar o negócio, além do surgimento de novos canais de venda e formatos de gestão foram essenciais para atender os clientes, passar pela crise e não deixar o caixa zerado.

Após os impactos da crise pandêmica e econômica, o setor tem mostrado sinais de recuperação. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), após cair 24% em 2020, a participação do food service nas vendas da indústria de alimentos e bebidas cresceu 26% em 2021, chegando a um faturamento de R$ 176,3 bilhões.

Analisando o potencial do mercado, a consultoria Galunion, especializada no setor de food service, elaborou a Mandala Galunion de Food&Tech Trends 2022. O estudo mapeia os principais temas do segmento com base em quatro áreas: modelo de negócios, oferta culinária, experiência, hospitalidade e direcionamentos para o futuro.

Veja, a seguir, as cinco tendências apontadas no relatório:

Q-Commerce

Q-commerce é um apelido para o comércio eletrônico rápido (quick commerce, em inglês), que vem para suprir a demanda por rapidez e conveniência. A proposta é fazer a entrega dos produtos e alimentos numa fração de tempo ainda mais rápida do que o e-commerce tradicional.

Para isso, é preciso unir as tecnologias do comércio eletrônico com as inovações na entrega da última milha. Segundo o relatório, o novo estilo de vida faz com que empresas que ofereçam soluções de compra e venda com agilidade tornem-se mais relevantes no ambiente competitivo.

O q-commerce pode ser feito com diferentes modelos operacionais, mas tem crescido bastante entre as dark stores. Elas funcionam como uma loja, mas ficam fechadas para o público. Na prática, são minicentros de distribuição que ficam espalhados pelas grandes cidades e têm um raio de atuação limitado. O cliente pode retirar na unidade mais próxima ou receber em casa.

No entanto, além da rapidez na entrega é importante ter um processo de compra eficiente, prático e de fácil entendimento. A pesquisa ressalta que os restaurantes não devem abrir mão da qualidade do produto e de uma embalagem segura. É importante passar clareza sobre o tempo de entrega e rastreamento durante todo o processo; focar em frescor, pedido correto e completo; e por fim, ser rápido e acessível.

Como vantagens do q-commerce, a Galunion cita oportunidade de fidelização e aumento de vendas significativo. Na tendência de q-Commerce, a pesquisa identificou quatro modalidades: canais diretos fortalecidos e integrados; fornecimento hiperlocal; dark kitchens e hubs de proximidade; e social commerce.

Menu reduzido

Segundo a Galunion, focar em alguns itens pode trazer uma melhora na qualidade do produto. Ou seja, as marcas terão um menu desenvolvido para que possam utilizar os mesmos ingredientes ou partes deles em diversas receitas.

“Isso traz um poder de negociação maior com os fornecedores, além de reduzir o desperdício, tornando-se mais sustentável”, diz o relatório. Além disso, o menu reduzido ajuda no processo de decisão do consumidor e, em um atendimento presencial, permite que o time conheça mais a fundo cada prato para ajudar o cliente na escolha.

Coopetição e parcerias

O consumidor preza cada vez mais por qualidade do produto e uma experiência única e conveniente. Mas também está mais consciente e preocupado com o cuidado com o mundo, as pessoas e o meio ambiente.

“Uma marca sozinha não consegue suprir tantas necessidades ao mesmo tempo e com excelência. Por isso, as parcerias e coopetições [competição cooperativa] têm crescido bastante no mercado de food service”, aponta a pesquisa. ” Tais ações são criadas primando pela qualidade, trazendo expertises de diferentes lados para um mesmo propósito, estando alinhadas com as necessidades e expectativas do consumidor.”

Para a parceria dar certo, os valores das diferentes marcas e estabelecimentos estejam alinhados, já que além do produto ou serviço ser entregue, o impacto e reputação de uma impacta na outra.

Espaços flexíveis

Seja no salão do seu restaurante, site do e-commerce ou nas redes sociais. Os espaços precisam ser flexíveis para atender às diferentes necessidades do consumidor a qualquer hora do dia. Segundo a Galunion, não dá para se limitar mais aos conhecidos day parts (ou partes do dia), associadas à rotina de trabalho tradicional.

Isso porque a pandemia fez com que as pessoas repensassem e reorganizassem suas rotinas. Para os negócios, a digitalização e maior uso do e-commerce, marketplaces e delivery acabou ganhando destaque. A soma de home office, jornadas flexíveis e maior conveniência trouxe uma nova necessidade chamda “Tudo, o dia todo, em um lugar”.

ESG

A sigla ESG se refere a três pilares: ambiental (Environmental), social (Social) e governança corporativa (Governance). Empresas de todos os tipos precisam buscar práticas alinhadas a essas questões, mais sustentáveis e amigáveis para a sociedade e o planeta como um todo.

O oceano é vasto. Redução da emissão de gases poluentes, desmatamento, gestão de resíduos, eficiência energética e biodiversidade são algumas questões que entram em Ambiental. Na responsabilidade social, o foco está o impacto na comunidade. Os negócios precisam olhar para diversidade e inclusão na equipe, satisfação dos clientes, proteção dos dados e investimento social, assim como segurança no trabalho, salário justo e respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas.

Por fim, a governança se relaciona à administração de uma empresa. Estamos falando de políticas, processos e estratégias da companhia. O blog do Nubank cita aspectos como conduta corporativa, existência de um canal de denúncias em caso de discriminação, assédio e corrupção, remuneração dos executivos, entre outros.

O ESG já se tornou parte da estratégia de diversas empresas globais e também precisa ser incluído no setor de food service. Assim, cada vez mais marcas e estabelecimentos vão incluir o conceito nas estratégias e ações práticas do seu cotidiano.


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